quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Loving Vincent


Olá!
Hoje venho aqui falar-vos de um filme que há muito tempo queria ver: Loving Vincent.
Desde que foi anunciado, já no início do ano passado, que me chamou a atenção, não só por ser um filme sobre um dos meus artistas favoritos, mas também por ser inteiramente feito a partir de pinturas de óleo. Finalmente, após mais de um ano, ele estreou e eu tive que ir a correr vê-lo.

Imagem de imdb.com

Este filme tem o seu título retirado da forma como Van Gogh se despedia nas cartas que enviava constantemente ao seu irmão Theo. Estes elementos escritos são, desde sempre, uma das melhores fontes para compreendermos o pintor holandês, sendo que as escrevia diariamente de forma longa e com todos os detalhes do que lhe acontecia, do que criava e do que precisava. Isto acontecia porque Vincent era, infelizmente, sustentado pelo meu irmão que também lhe comprava os materiais e tentava vender as suas obras - coisa que só aconteceu uma vez enquanto Van Gogh era vivo, e por isso precisar do apoio financeiro de Theo.
Sem ser excepção, o filme é muito baseado nos acontecimentos narrados nas cartas, sendo que há várias vezes em que são lidas passagens de cartas, seja para complementar a acção ou para nos fazer perceber várias características de Van Gogh.

Este é um filme com acção no ano seguinte à morte do pintor, ou seja 1891. A história centra-se numa carta que Vincent não conseguiu enviar ao irmão e por isso o seu amigo e carteiro pede ao filho que vá a Paris procurar Theo para terem a certeza que este recebe a carta.
Infelizmente, Theo morreu apenas 6 meses após Vincent e por isso já não foi possível entregar-lhe a carta.
A partir de Paris, Armand Roulin, o filho do carteiro, tenta encontrar o Dr. Gachet, o médico que tentou ajudar Van Gogh após o corte da orelha o seu internamento em Saint Rémy. Seria a pessoa mais próxima e mais facilmente encontrada.
Roulin tem de se deslocar a Auvers-sur-Oise, a última cidade na qual Van Gogh viveu e na qual viria a atingir-se com um tiro no abdómen que lhe traria a morte dois dias depois, no dia 29 de Julho de 1890.
Nesta cidade, Armand Roulin fala com várias pessoas que lidaram com Vincent, algumas com opiniões bastante favoráveis acerca do pintor e outras nem tanto. O homem que até então considerava também o génio holandês como sendo um louco vai começar a percebê-lo de uma outra forma.

Loving Vincent é, como já referi, o primeiro filme totalmente criado a partir de pinturas a óleo (técnica que Van Gogh utilizava), sendo que foram criados mais de 65.000 frames por mais de 100 artistas de várias nacionalidades. A tinta utilizada é da marca de materiais de arte Van Gogh, o que eu considero ser uma curiosidade bonita.
Estas pinturas recriam as pinceladas características do trabalho de Van Gogh e todas as cores nos remetem para o seu trabalho. A maior parte delas são imagens originais, mas há algumas que se baseiam em obras de Van Gogh para dar um contexto mais forte ao filme e à história, mostrando caras e paisagens que facilmente identificamos como sendo autênticos trabalhos do mestre holandês.
Claro que para o filme foram necessários actores, para poderem criar as pinturas com a maior exactidão possível, mas também para a criação das falas. Na minha opinião, o elenco escolhido fez um trabalho excelente e enquadra-se perfeitamente na história e nas pessoas que recriam.
É um filme que conta já com algumas nomeações para prémios de cinema e que tem recebido excelentes críticas por todo o mundo.

O que me fascinou acima de tudo foi o facto de darem ao filme um tempo e espaço do qual Van Gogh já não faz parte, embora seja uma história 100% sobre o pintor. As cenas do presente do filme são a cores, enquanto que as do passado, e que mostram momentos que as personagens vão narrando, são a preto e branco, e eu gostei muito dessa diferenciação.
A dureza e a sensibilidade de Van Gogh estão presentes a cada momento e sempre que é narrada uma das cartas há algo que muda em nós, porque ele via tudo com o melhor olhar, mesmo quando estava no seu pior.


Não sei se já tiveram oportunidade de ver o filme, mas aconselho vivamente que o façam!
É uma das coisas mais bonitas que eu já vi!



Lena ♥




© Helena Pereira, Loving Vincent, 2017 All Rights Reserved.

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